segunda-feira, 14 de junho de 2010

Nossos filhos que sobem o morro - 22/03/2006

De tempos pra cá tem-se discutido a procura em grande escala de adolescentes pelo vício em drogas, principalmente adolescentes saudáveis, com educação, com pais amorosos. Coincidentemente, outro assunto vem à tona nesta década: a falta de limites. Pais com muito amor, porém sem sabedoria para dar limites saudáveis a seus filhos.
Natural que, analisando-se a história, exista um efeito rebote, pois saímos de uma época de muita repressão, em quase todos os sentidos, e neste instante existe liberdade excessiva em muitos aspectos da sociedade.
Porém, no que compete aos pais e formadores de caráter desta geração, cabe a parte mais dura que é, dentro deste efeito rebote e esta tendência a exagerar “sem querer” na liberdade que damos aos nossos filhos, obter a capacidade emocional de perceber se exageramos ou não.
Na atual conjuntura, o que o amigo faz não deve ser um parâmetro, pois estamos todos no mesmo barco. A orientação profissional, tanto de educadores formados, quanto de especialistas nesta área são idéias muito bem vindas e por vezes fundamental.
Este “meio termo” precisa ser encontrado. Cada família é um caso, pois a primeira geração sem limites já subiu os morros a procura de “lei”.
Se não há “lei” em casa, acha-se no morro, com certeza.
Estes filhos tão amados estão necessitados, desesperadamente, de limites, de lei. São os limites que dão o alicerce da personalidade.
O que nós pais repudiamos foi o excesso. Mas agora, estes filhos estão entregando suas vidas nas mãos de traficantes e assassinos para conseguir isso.
Quantos já não se perguntaram POR QUÊ? Por que minha filha linda e tão amada se jogou de cabeça nas drogas? Por que fazer tantas loucuras? Por que não tem a capacidade de se respeitar?
Quantos de nós ensinamos, dentro desse vasto amor de pais, que criança tem o seu lugar na sociedade e deve respeitar os limites que colocamos? Hoje em dia poucos de nós o fazemos, e pior, não nos damos conta disso. Só percebemos quando nossos amados filhos já são a conseqüência dolorosa de nossos atos infrutíferos.
Que isso sirva como um empurrão para que se tenha vontade, sem vergonha, de se questionar e procurar profissionais para confirmar se estamos no caminho certo.

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